O meu diário da preparação para o Claro Brasil Ride

Este blogue destina-se exclusivamente a compartilhar convosco a preparação para a minha primeira grande aventura além-fronteiras em BTT, e que será também a minha primeira prova por etapas em bicicleta de todo-o-terreno.

A Claro Brasil Ride é uma competição que se vai disputar entre equipas duplas, tem 6 dias de duração, com início no dia 14 de Novembro. Os mais de 600km vão desenrolar-se na magnifica Chapada Diamantina (Bahia). Espera-se muita dureza.

O meu colega de equipa é Abraão Azevedo. Ciclista muito conhecido na América do Sul, com vários títulos conquistados, sobretudo no XCO.
A minha missão é treinar o melhor possivel no curto espaço de tempo que me resta até à prova, para estar à altura do meu colega, e da dureza que me espera.

Esta aventura só será possível com o apoio de várias empresas: GoldNutrition, BikeZone, Cannondale, Fullwear, TAP, Garmin, e mais importante, família e amigos.

Mais sobre mim em www.gamito.eu
Mais sobre a Claro Brasil Ride em www.clarobrasilride.com


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DIA -60: Música, Água, Medo, Fome

Música: Nos 20 anos como ciclista de competição, nunca senti necessidade de companhia para treinar. A maioria dos treinos até preferia fazê-los a solo. Uma vez ou outra, sobretudo em treinos longos, lá me juntava com mais alguns ciclistas e fazia-mos umas guerrinhas para ter noção do estado da forma física. Servia de teste no terreno. E mesmo a treinar sozinho nunca me habituei a ouvir música. Fazia-me confusão não ouvir os sons que me rodeavam. Agora, é exactamente o oposto! Não gosto muito de treinar sozinho e quando tenho que o fazer, necessito de ir a ouvir música. Parece-me que tem tudo a ver com motivação
Agora para me sentir motivado a treinar, tenho que ter companhia, seja por outros ciclista, seja por música, e de preferência daquelas que dão "pica" :) Eu sei que é um erro, não devemos colocar auscultadores quando andamos na estrada. Mas pelo menos não os uso com volume muito alto de forma a conseguir ouvir os carros aproximarem-se,

Água: Sempre disse que das poucas coisas que não gosto no ciclismo/BTT é da chuva, sobretudo se for de água fria. Quando apanhava chuva em competição, das duas uma, ou ficava regelado ao ponto de quase não conseguir pedalar, ou então se fosse em subidas longas, ficava de tal maneira anestesiado que acabava por fazer subidas espectaculares. 
Não me recordo quando foi a última vez que apanhei chuva a treinar. Já lá vão uns mesitos. Mas hoje não escapei a uma grande molha. Ao início até estava a achar piada. Chuviscos que intensificavam o cheiro da terra e refrescavam o corpo. Mas a meio do treino, os chuviscos passaram a aguaceiros, e depois a chuva intensa e contínua. Deixou de ter piada. Tive que vestir o impermeável que levava no bolso, mas mesmo assim comecei a arrefecer. Cheguei num lindo estado a casa. Como não chovia há muito tempo, o asfalto estava coberto de espuma, lama e óleo. A roupa vai ficar de molho uma semana!

Medo: Quando competia em estrada, sempre usei capacete, mesmo não sendo obrigatório na altura (na categoria de profissional). Por vezes tirava-o da cabeça e colocava-o no guiador, mas apenas quando ia em subidas longas. No final da subida voltava a colocá-lo. Sem capacete não me sentia seguro. 
Mas já em treino, nunca usava capacete. Um mau hábito antigo, que me foi transmitido pelos ciclistas mais velhos.
Agora, quando faço BTT, seja treino ou competição uso capacete, mas às vezes (poucas) quando treino na bike de estrada, ainda tenho o mau hábito de não usar capacete. E o perigo é cada vez maior. Cada vez há mais condutores desatentos, a maioria a utilizar o telemóvel.
Hoje foi daqueles dias que não levei capacete; mas arrependi-me! A partir do momento em que começou a chover e a sentir o asfalto a fugir de baixo, instalou-se o medo.  De cair numa curva ou de vir uma viatura descontrolada para cima de mim. Nunca mais!

Fome: Regra geral, nos treinos menos intensos, sejam de 1 hora, sejam de 4 horas, nunca ingiro alimentos sólidos. A única energia é a do Goldrink que levo. Mas levo sempre no bolso uma Extreme bar de emergência. Hoje tive que recorrer a essa barra energética! O metabolismo energético do corpo humano basicamente funciona como um motor. Dois motores podem ter a mesma cilindrada. Mas se um deles estiver desafinado, consume mais e anda menos. Com as férias e o longo período sem pedalar, o meu "motor" desafinou. Agora para fazer um treino de 4 horas, é muito difícil não recorrer à barra de emergência.  O facto de estar a chover e ter ficado com frio, ainda agravou mais a situação, e mesmo com 1,5lt de Godlrink Premium e 1 Extreme Bar, cheguei a casa com a luz de reserva a piscar :)
Soube mesmo bem o Fast Recovery Maracujá.

Conclusão: Foram 4h05 para cumprir os 125km de treino, num andamento interessante, sobretudo tendo em conta o vento e a chuva. Fiquei tratadinho.

Hoje também reiniciei a toma de suplementação. Enquanto a intensidade dos treinos não aumentar, vou tomar L-Carnitina, BCAA, Fast Recovery, Total Whey, Magnésio, Omega-3, SAFE e Extreme Cut Explosion (este apenas nas maratonas). Para além dos Goldrink, géis e barras energéticas. Tudo da GoldNutrition, claro ;)

Amanhã é dia de Spinning e na sexta de novo para a estrada. A ver se a chuva se vai embora.

1 comentário:

  1. Mestre a do capacete é digna de um belo... "faz o que te digo, não faças o que eu faço" Estas a cumprir a tua pena,mas... todo o sofrimento tem uma recompensa, no Brasil vais alcança-la

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